Desde que nascemos tomamos vacinas periodicamente em todas as etapas das nossas vidas, mas, afinal, você sabe como esses importantes agentes da saúde surgiram? A história desse tipo de imunização começou em 1796, quando o cientista inglês Edward Jenner pesquisava a Varíola, uma doença desfigurante que muitas vezes causava a morte em humanos.
Ele observou que animais, como os bovinos, tinham uma versão mais leve da doença, e que as pessoas que tinham contato com as feridas desses seres também lidavam com uma sintomatologia mais suave. Sendo assim, o cientista colocou a secreção das feridas dos animais em contato com lesões criadas no braço de um garoto e, após a sua recuperação, o expôs novamente a secreções de feridas, mas, dessa vez, de humanos.
Surpreendentemente, o menino não desenvolveu a doença após ter contato com o vírus da varíola humana. Descobriu-se, assim, as propriedades da imunização. Interessante, não é mesmo? Para que você aprenda mais, criamos este artigo com tudo sobre o que são as vacinas, quais são os efeitos colaterais de vacinas e por que não deve-se deixar de tomá-las. Confira!
O que são vacinas e como elas agem no organismo?
Os vírus e bactérias, quando não combatidos pelo organismo, se multiplicam sem controle, gerando doenças. As vacinas previnem que o ataque por esses micro-organismos seja feito de forma agressiva, trazendo repercussões negativas para a saúde.
Isso acontece porque as vacinas são produzidas com substâncias como as toxinas ou proteínas de bactérias ou vírus, sejam vivos ou mortos. Dessa forma, quando esses micro-organismos entram em contato com o corpo humano, há uma resposta do sistema imunológico, ou seja, ocorre a produção de anticorpos capazes de combater esse agente prejudicial.
No entanto, não há ameaça, pois nas vacinas só existem vírus ou bactérias mortas ou apenas uma parte do agente. Apesar de não haver perigo, o corpo reconhece o micro-organismo, gerando uma resposta para combatê-lo.
Sendo assim, caso o organismo entre em contato com o micro-organismo, já terá anticorpos na memória do sistema imunológico para combater a infecção.
As vacinas são seguras?
Atualmente, as vacinas utilizadas têm um grau de eficiência muito grande, bem como muita qualidade e segurança. Afinal, existe bastante fiscalização, sendo exigida uma certificação lote a lote. Podem ocorrer casos de reações adversas ou efeito secundário, que são eventos não esperados e que diferem do objetivo primário da vacinação.
Veja abaixo os tipos e fases de possíveis reações.
Reações locais
Dor, edema e vermelhidão no local onde foi aplicada a vacina são as menos graves e mais frequentes, podendo ocorrer em até 50% dos casos dependendo das doses administradas.
Reações sistêmicas
Febre, mal-estar, irritabilidade, fadiga, alterações no sono, dores de cabeça, náuseas, falta de apetite e tonturas. Esses sintomas são comuns, mas não se sabe explicar se são provocados pela vacina em si, ou por uma infecção viral que acontece ao mesmo tempo. Esses sintomas geralmente são passageiros, imitam uma forma da doença e ocorrem após um período de incubação, geralmente entre 7 e 21 dias.
Reações anafiláticas
A reação anafilática é uma resposta alérgica extremamente perigosa para o paciente, visto que há rápida evolução para a obstrução das vias aéreas, o que dificulta a respiração, causa choque e, em casos extremos, parada cardiorrespiratória. São raros os quadros, no entanto, ocorrendo em apenas 1% a cada meio milhão de doses administradas.
As vacinas devem ser tomadas a partir do nascimento, conforme o calendário de vacinação do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Abaixo, você confere o calendário de vacinação da Secretaria da Saúde.
Calendário Básico de Vacinação da Criança
- Ao nascer: BCG – ID;
- 2 meses: Pentavalente, Vacina Poliomielite Inativada, Pneumocócica 10, Vacina Oral Rotavírus. (primeira dose);
- 3 meses: Vacina meningocócica C (primeira dose);
- 4 meses: Pentavalente, Poliomielite Inativada, Pneumocócica 10, Vacina Oral Rotavirus ( segunda dose);
- 5 meses: Meningocócica C (segunda dose);
- 6 meses: Pentavalente, pneumocócica, Vacina Oral Poliomielite ( terceira dose);
- 9 meses: Vacina contra febre amarela (dose única);
- 12 meses: Tríplice Viral, Vacina pneumocócica (reforço);
- 15 meses: Tríplice bacteriana, Vacina Oral Poliomielite, Meningocócica C , Tetraviral;
- 4 anos: Tríplice Bacteriana, Vacina Oral Poliomielite (segundo reforço).
Vacinação da criança e adolescente
- 11 a 13 anos: Vacina Papilomavirus Humano (HPV);
- 11 a 19 anos: Vacina Hepatite B, Vacina DT, Vacina contra febre amarela, Tríplice Viral.
Vale ressaltar que o Ministério da Saúde adotou, em 2014, o esquema vacinal estendido, composto por 3 doses (0,6 e 60 meses).
Vacinação do adulto e idoso
- 20 a 59 anos: Vacina hepatite B, vacina DT, Vacina Febre Amarela, Tríplice Viral;
- 60 anos e mais: Vacina Hepatite B, Vacina Febre Amarela, Vacina Influenza (gripe), Vacina pneumocócica 23, Vacina DT.
As vacinas são de extrema importância. Os efeitos colaterais, quando existentes, não são maiores que os benefícios.
Por que não deve-se deixar de aplicar as vacinas?
Existem vários mitos em torno das vacinas. Um deles é que elas podem causar doenças, sendo bastante comum ouvir esse comentário a respeito da utilizada contra a gripe, por exemplo.
No entanto, é fundamental salientar que as vacinas são muito seguras, visto que são feitas com apenas partes de micro-organismos e vírus ou bactérias mortos. Sendo assim, é impossível que esse procedimento seja capaz de causar alguma doença.
Na realidade, quando o organismo entra em contato com os componentes da vacina, é criada uma resposta imune. Essas reações, feitas pelo sistema imunológico para combater o agente, são capazes de criar, em uma minoria da população, febre baixa, mal-estar e dor no local da aplicação. Esse quadro é leve e se resolve rapidamente, não gerando nenhuma necessidade de afastamento das atividades.
É preciso ter em mente que apesar de a chance de ter um efeito colateral ser pequena, ela é muito menos perigosa que a doença em si. Afinal, algumas patologias, como a poliomielite (paralisia infantil), causam repercussões para o resto da vida, sendo facilmente preveníveis com vacinas.
Quando a pessoa tem uma reação a vacina, o que acontece na — maioria das vezes — é que ela se infectou com algum vírus na mesma época, como os causadores de resfriado. Dessa forma, os sintomas aparecem e o indivíduo culpa a vacina, embora outro agente tenha causado os sintomas.
Como aliviar as reações após a aplicação das vacinas?
O corpo tem um pH, ou medida do nível de acidez, em torno de 7,3. As vacinas aplicadas são mais ácidas, tendo pH de cerca de 6. Assim, até que o organismo consiga neutralizar essa diferença de pH, pode ocorrer sensação de dor e queimação.
É importante se informar com a pessoa que aplicou a vacina e, caso seja permitido, pode-se massagear a região para que o líquido se espalhe mais rapidamente ou fazer compressas de água quente, o que ajuda a diminuir a inflamação local.
Entendeu como as vacinas são importantes para a saúde? Mesmo com alguns poucos efeitos colaterais de vacinas, é fundamental seguir o calendário vacinal corretamente. Afinal, diversas doenças graves podem ser prevenidas com essa medida.
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