Estado de sofrimento mental e psicológico
Dezembro é particularmente um mês que nos traz grandes inquietações, reflexões e algumas angústias, sim, pois somos condicionados a reavaliar o ano que passou e a reprogramar o ano que se inicia. Esse costume, que tornou-se quase uma imposição, muitas vezes nos coloca em estado de sofrimento mental e psicológico, pois muitas vezes não atingimos os objetivos traçados e não conseguimos vislumbrar com clareza novos objetivos.
O agravamento e a permanência deste estado de sofrimento mental e psicológico, face a uma condição da vida, pode progredir e comprometer a saúde de nossa mente e prejudicar nosso equilíbrio emocional.
A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências e imposições da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções.
Grande parte das pessoas, quando falam em “Saúde Mental” pensam primeiramente em “Doença Mental”. Mas é preciso compreender que o conceito de saúde mental implica muito mais do que a ausência de doenças mentais, mas um conjunto de condições que nos dão a sensação de bem-estar e felicidade.
A Organização Mundial da Saúde afirma que não existe uma definição “oficial” sobre saúde mental. Reforça que as condições que afetam e influenciam a saúde mental das pessoas, está diretamente relacionadas às particularidades culturais, econômicas, julgamentos subjetivos e diversas outras condições sociais, culturais e comportamentais.
Na perspectiva da psicologia a saúde mental é um termo utilizado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. Inclui a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades cotidianas e os esforços íntimos e pessoais para atingir a resiliência psicológica.
Doença Mental e a exclusão social
O termo doente mental nos remete ao estigma de pessoas totalmente desajustadas e violentas. Essa mentalidade foi reforçada a partir do século XVIII, onde a maneira mais cômoda para lidar com as pessoas categorizadas como doentes mentais, muitas vezes àquelas que se diferenciavam da vivência da maioria das pessoas, era o isolamento, a segregação e a exclusão social, inclusive com emprego de técnicas de tortura.
A prática do isolamento e aplicação de torturas era defendida pelo discurso, que se pretendia “científico”, que inclusive a própria medicina se apropriou, que baseia-se no modelo de “isolar para conhecer e tratar”.
A psiquiatria evoluiu muito, e hoje as pessoas consideradas doentes mentais e/ou com transtornos mentais, recebem na maioria dos casos tratamentos ambulatoriais que são comprovadamente eficazes para muitos distúrbios como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, entre outros, nos quais o tratamento utiliza técnicas psicoterápicas e medicamentos específicos.
Diretrizes assistenciais para saúde mental
A ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar apresentou no ano 2009 um relatório sobre as ações empreendidas pela ANS no campo da saúde mental. O relatório faz parte dos compromissos assumidos pelo setor desde 2006, quando passou a considerar a saúde mental uma das áreas prioritárias de atenção à saúde.
A Publicação do relatório tornou-se um importante referencial para as operadoras de planos de saúde. Traz estudos analíticos e pesquisas apoiadas pela ANS por meio de seus projetos.
Dentre os temas abordados, destaca-se as Diretrizes e Modelos Assistenciais em Saúde Suplementar.
A divulgação destas diretrizes foi uma estratégia indutora para reorganizar o modelo de assistência em saúde mental na saúde suplementar brasileira, buscando a perfeita adequação das políticas implementadas pelo Ministério da Saúde.
A publicação utilizou como base as recomendações da Lei 10.216/01 e a reforma psiquiátrica brasileira, trazendo uma importante contribuição para o respeito à cidadania e a reintegração social dos portadores de transtornos mentais.