Entenda o que é e como funciona
A busca por novas possibilidades e tratamentos para a cura de doenças faz parte da história da medicina. Na era digital, vemos a transformação e modernização de tratamentos, entre eles, a medicina de precisão. Você sabe o que significa?
Considerando a individualidade de cada paciente, a medicina de precisão personaliza o cuidado com a saúde usando como parâmetro o genoma humano. Por meio dela, é possível realizar cirurgias preventivas e evitar futuras doenças, como o câncer, por exemplo.
Continue a leitura para conhecer melhor a medicina de precisão e entender seu papel no Brasil.
Afinal, o que é a medicina de precisão?
A medicina de precisão é uma modalidade da medicina fundamentada na personalização de tratamentos para resultados e cuidados mais assertivos. Para tanto, vai além dos métodos tradicionais (ex. sintomas, exames e histórico de saúde do paciente), partindo para a investigação do genoma, ou seja, perfil genético. Trata-se, portanto, de um conjunto de técnicas que se valem de informações clínicas e biológicas (que podem ser de um indivíduo ou de subgrupos da população, para personalizar o cuidado em saúde.
A partir dos dados obtidos, o médico é capaz de desenvolver um tratamento personalizado para cada caso. Para entender melhor, claro, pense no seguinte cenário: se dois pacientes chegam ao hospital com os mesmo sintomas, muito provavelmente receberão a mesma receita de medicamentos, certo? Porém, considerando suas características genéticas, cada um deles pode responder de forma diferente aos remédios – seja pelo tempo de ação ou presença de efeitos colaterais.
A medicina de precisão surge para minimizar essas situações e identificar o melhor tipo de tratamento e prescrição medicamentosa para cada paciente, de forma individualizada. Seu objetivo é a escolha de remédios mais eficientes e que causem a menor variedade de efeitos colaterais possível.
Mas como funciona a medicina de precisão?
A medicina de precisão está ancorada na genética de cada paciente; as características individuais são relevantes para a prevenção e tratamento de enfermidades, desde as mais simples até as mais graves.
A coleta e análise dos dados do genoma, microbioma, lipidoma e metaboloma, por exemplo, busca obter algoritmos matemáticos que serão utilizados na preparação dos melhores tratamentos para cada paciente.
Para que serve a medicina de precisão?
A medicina de precisão chegou para otimizar os resultados de tratamentos diversos e minimizar possíveis efeitos colaterais. Em outras palavras, é possível afirmar que um dos grandes objetivos desta modalidade é a prevenção de enfermidades.
Isso ocorre pois, a medicina de precisão é capaz de detectar a vulnerabilidade do organismo a certas patologias antes mesmo de que se manifestem clinicamente. Dessa forma, é possível monitorar e até mesmo prevenir que a doença se manifeste. Em muitos casos, pacientes com possibilidade de desenvolvimento de câncer detectada podem optar, por exemplo, pela retirada do órgão vulnerável, se possível.
Em larga escala, a medicina de precisão também pode ajudar no desenvolvimento de soluções para subgrupos da população que não teriam bons resultados com tratamentos tidos como convencionais. Nesse cenário, a medicina de precisão entra para os reduzir custos e a demora na realização de procedimentos.
E no Brasil, como funciona?
A medicina de precisão ainda não é muito comum no nosso país, mesmo assim, podemos pontuar alguns avanços promissores na área.
Buscando incentivar avanços na área de pesquisa, a Rede Nacional de Farmacogenética foi criada no ano de 2013. De acordo com seus criadores, a meta é gerar dados a respeito da ação dos fármacos no organismo humano (dados farmacocinéticos) para impulsionar a medicina de precisão.
Dois anos depois, em 2015, foi criada a Brazilian Iniciative on Precision Medicine (BIPMed), com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Envolvendo instituições de ensino e pesquisa públicas do estado de São Paulo, a iniciativa declara como objetivo a criação de uma plataforma com dados genéticos.
Outro marco importante foi a fundação da Associação Brasileira de Medicina Personalizada e de Precisão, já em 2017. Sem fins lucrativos, busca agrupar pessoas e instituições com interesse em desenvolver pesquisas sobre o tema.
Como esforço importante do governo também pode-se citar o Projeto Genomas Raros, em parceria com o Hospital Albert Einstein. Ele busca trabalhar em genomas de pacientes com doenças raras e risco hereditário de câncer, com foco em pessoas atendidas pelo SUS.
Quais são os benefícios da medicina de precisão?
Como já podemos perceber, a medicina de precisão usa da tecnologia para otimizar o cuidado com a saúde e podemos listar muitos outros benefícios dessa área, como:
- coleta e unifica dados de material genético, aumentando as chances dos médicos indicarem tratamentos mais assertivos para cada paciente;
- conta com o auxílio da inteligência artificial (IA), uma das técnicas mais usadas e mais promissoras para o estudo genético;
- pode identificar a tendência de um paciente desenvolver uma doença e como o indivíduo reagirá a um tratamento;
- otimiza o diagnóstico de doenças;
- com uso da IA pode evitar a prescrição de tratamentos ineficazes;
- permite criar grupos com características genéticas comuns;
- aumenta a precisão de medicamentos, como a sua dose correta e momento certo de uso;
- torna a prática médica mais eficiente e diminui custos de atenção médica.
Exames de sequenciamento genético não fazem parte do rol mínimo de coberturas da ANS. De toda forma, caso o seu médico solicite algum exame ou procedimento desse tipo, você pode entrar em contato com a administração da sua operadora de plano de saúde ou mesmo com a ANS e verificar quais são as possibilidades.
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