Saiba tudo sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
Você sabe a sigla TDAH significa? O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade ainda causa dúvidas em muita gente. O problema é comum entre crianças e ainda enfrenta o tabu de não ser considerado uma real ameaça para a saúde.
Por esse motivo, obter informações a respeito é o melhor caminho para buscar ajuda quando necessário. Conheça mais sobre o TDAH e suas principais características.
Afinal, o que é o TDAH?
Manifestado durante a infância, o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é normalmente identificado em crianças mais desatentas, inquietas e impulsivas, tidas como hiperativas, e as acompanha também na fase adulta.
Com diagnóstico considerado complexo, o TDAH pode ter como origem causas genéticas, ambientais e biológicas. Apesar de não ser comum, é possível que o transtorno seja identificado também como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). O TDAH é mais propenso a ser descoberto durante a fase escolar da criança, pois é o primeiro momento de maior interação durante a infância. Dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção mostram que o transtorno atinge até 8% da população infantil no mundo, com menor incidência em adultos.
Histórico do TDAH
O TDAH é estudado há pelo menos 200 anos e, nesse período, recebeu diversos nomes e tratamentos iniciais. Ainda no século XVIII, um médico escocês começou a estudar o transtorno como desatenção patológica.
O transtorno ainda recebeu nomes como Defeito do controle moral e Reação hipercinética da infância, até ser denominado como TDAH (Transtorno do déficit de atenção em 1980. Na ocasião, a doença era dividida em dois tipos (TDA com e sem hiperatividade), o que mudou no ano de 2005, quando passou a ser chamada apenas de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Quando falamos de tratamento, o primeiro foi proposto ainda em 1937 por um psiquiatra americano chamado Charles Bradley, que indicava o uso de uma substância chamada Benzedrina. Em 1944 foi iniciado o uso do estimulante metilfenidato como tratamento, que viria a ser comercializado, posteriormente, com o nome de ritalina.
Principais formas de manifestação da TDAH
Mas, de onde surge o TDAH? As principais formas de manifestação do transtorno estão ligadas a fatores genéticos, alterações cerebrais e fatores ambientais. Veja mais sobre cada um deles:
- Fatores genéticos: o TDAH tem grandes chances de ser hereditário e, assim, se manifestar em maior número em filhos e familiares de pessoas que já possuem o transtorno.
- Alterações cerebrais: o transtorno pode se manifestar por meio de alterações na região frontal do cérebro, que é a responsável por atividades como atenção, memória e organização, além de alterações em conexões com outras áreas cerebrais.
- Fatores ambientais: o histórico da criança pode vir a determinar o surgimento do TDAH. Em casos extremos como negligência familiar, exposição a toxinas como chumbo e exposição ao consumo de álcool durante a gestação podem servir de gatilhos para a manifestação do transtorno.
Existe mais de um tipo de TDAH?
Sim. O TDAH é dividido em três tipos que consideram como padrão sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Saiba mais sobre eles:
- TDAH desatento
Esse tipo de TDAH é comum em pessoas com maior dificuldade de manter a concentração por um período mais longo de tempo ou focar em um assunto específico, e se distraem com facilidade. Pessoas com TDAH do tipo desatento evitam se envolver em atividades que demandam grande esforço mental, não conseguem gerir o tempo, costumam esquecer o que iriam falar e podem ser consideradas desatentas ou até mesmo egoístas em seu ciclo social.
- TDAH hiperativo
Podem ser diagnosticaos com esse tipo de TDAH aqueles que não conseguem ficar parados, que estão sempre mexendo as mãos e pés, demonstrando muita inquietude. Em geral, não costumam lidar bem com frustrações e apresentam um temperamento mais explosivo. Outra característica do TDAH tipo hiperativo é a dificuldade em se expressar, já que os pensamentos acontecem em uma velocidade maior que a da fala.
- TDAH combinado
Com diagnóstico mais complexo, esse tipo de TDAH é caracterizado por manifestações de sintomas dos TDAH desatento e hiperativo.
De modo geral, vale listar os sintomas mais comuns do TDAH presentes tanto na infância quanto na adolescência e na fase adulta:
- Ausência de foco em detalhes e durante execução de tarefas, as quais possui, muitas vezes, dificuldade em finalizar;
- Ar de desligado, não escuta quando é chamado ou demora a expressar uma reação;
- Não consegue se organizar;
- Facilmente perde objetos necessários no dia a dia;
- Se distrai muito facilmente e possui dificuldade em permanecer sentado em ambientes como sala de aula;
- Fala demasiadamente e, frequentemente, interrompe os outros.
É sempre bom lembrar que apenas um profissional qualificado será capaz de diagnosticar o transtorno e definir qual o tipo dele.
Quais profissionais procurar em caso de suspeita de TDAH?
O acompanhamento do profissional adequado é importante desde o diagnóstico até a escolha do tratamento adequado para cada caso. Como o diagnóstico é mais comum ainda durante a infância, é importante consultar um pediatra.
O médico pediatra será responsável por observar o comportamento da criança, a fim de avaliar a existência do TDAH e a necessidade de preocupação com o transtorno – o alarme acende quando ele interfere no funcionamento da vida social e escolar, por exemplo.
Em caso de diagnóstico positivo, o pediatra trabalhará em conjunto com outro especialista, pois o tratamento do TDAH exige o trabalho de médicos psiquiatra ou neuropediatria, em alguns casos.
Como funciona o tratamento do TDAH?
Sem cura, o TDAH costuma apresentar maior efetividade do tratamento durante a adolescência e na idade adulta do paciente. Dados mostram que cerca de metade das pessoas com esse transtorno manifestam sintomas pelo restante da vida.
O tratamento do TDAH pode ser realizado de forma múltipla, combinando o uso de medicamentos, psicoterapia/terapia comportamental e fonoaudiologia em casos pontuais.
De qualquer forma, quando o tratamento é realizado durante a infância, demanda o envolvimento de pais e professores, para que o ambiente da criança seja propício para resultados positivos. Em caso de tratamentos realizados durante a adolescência, o método multidisciplinar também é o mais indicado.
Existem também opções não farmacológicas que auxiliam no tratamento do TDAH, como controle da alimentação, prática de exercícios físicos e terapias alternativas como meditação e acupuntura, que trabalham o estímulo à concentração.
Em caso de suspeita de TDAH, procure sempre na lista de credenciados de seu plano de saúde um pediatra e tire todas as suas dúvidas. Caso você seja parte de uma equipe de RH, que tal fazer na empresa uma campanha de esclarecimento sobre o transtorno? Sempre haverá quem se beneficie!
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