O título parece alarmista, mas os dados são reais e foram divulgados pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde. As regiões sul e sudeste do Brasil são as que mais concentram a prevalência da doença, foram confirmados 90% de todos os casos somente nestas regiões.
Doenças hepáticas são aquelas que causam inflamação e destruição de células do fígado. A Hepatite C é considerada a mais perigosa dentre todos os tipos de hepatite. A principal razão é que ela se torna crônica em pelo menos 75% de todos os casos, um índice altíssimo, quando comparado aos casos de hepatite B, nestes somente 10% chegam ao estado crônico.
Um outro aspecto que torna a hepatite c ainda mais perigosa é a inexistência de vacina. Cientistas da Universidade de Oxford (EUA) anunciaram no final de 2014 o primeiro teste clínico em humanos do que pode ser o primeiro imunizante contra a doença que atinge 150 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A doença é silenciosa e assintomática na maioria dos casos, estima-se que mais da metade dos portadores não sabem que têm a doença, a maioria só descobre na fase avançada, quando já há cirrose instalada ou mesmo o câncer de fígado.
Formas de contágio
A principal forma de contágio da hepatite C é por via sanguínea, basta apenas uma pequena quantidade de sangue contaminado para transmiti-lo, se este entrar na corrente sanguínea através de um corte ou uma ferida.
O Ministério da Saúde alerta para indivíduos que receberam transfusão de sangue
e/ou hemoderivados antes de 1993, pessoas que compartilham material para uso de drogas injetáveis, inaláveis, tatuagem, “piercing” ou que apresentem outras formas de exposição percutânea. A transmissão sexual pode ocorrer principalmente em pessoas com múltiplos parceiros e com prática sexual de risco acrescido (sem uso de preservativo). A transmissão perinatal é possível e ocorre quase sempre no momento do parto ou logo após. A transmissão intra-uterina é incomum.
De acordo com estudos, alguns indivíduos ou alguns comportamentos são mais suscetíveis para contrair a hepatite C, dentre eles destacamos:
– Pessoas que receberam transfusões antes de 1993
– Usuários de drogas injetáveis e inaláveis
– Pacientes em hemodiálise
– Pessoas submetidas a piercing e tatuagens
– Frequentadores de manicures onde não há devida esterilização dos materiais
Principais sintomas
A hepatite C tem formas aguda e crônica. A maioria das pessoas infectadas com o vírus apresentam a doença já em seu estado crônico, pois geralmente não manifestam sintomas em seu estágio inicial.
O estado crônico da doença caracteriza-se pelo adoecimento do fígado, seguido por alguns destes sintomas:
– Dor abdominal
– Inchaço
– Urina escura
– Fadiga
– Febre
– Dores musculares
– Icterícia
– Perda de apetite
– Náusea e vômitos
A infecção por hepatite C, que perdura ao longo de muitos anos sem diagnóstico e tratamento, pode causar complicações significativas, em média de 20 a 30 anos após a infecção pelo vírus C, são grandes as probabilidades de cirrose e câncer de fígado, em estados irreversíveis. Isso porque a infecção por hepatite C começa a danificar o fígado antes de causar sinais e sintomas.
Tratamento
Após feito o diagnóstico, somente o médico saberá dizer a melhor forma de tratar a doença.
A cura para a hepatite C é definida pela ausência de vírus no sangue seis meses após o termino do tratamento. As chances varias entre 40% a 60% dependendo do caso.
Feito o diagnóstico é fundamental seguir algumas recomendações:
– Não consumir bebidas alcoólicas
– Não utilizar drogas injetáveis
– Certifique de que material para coleta de sangue seja descartável
– Leve seu próprio material quando for a manicure
– Faça sexo somente com preservativos
– Tome as vacinas contra as hepatites A e B, e a vacina contra gripe todos os anos.