De acordo com estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a insônia é um
problema que afeta pelo menos 40% dos brasileiros. Sendo dos distúrbios mais freqüentes e comuns do sono, a insônia pode ser caracterizada tanto pela dificuldade de iniciar o sono como de mantê-lo ou até mesmo com a percepção de que o sono não foi suficiente para reparar o cansaço.
Estudos indicam que o impacto econômico dos efeitos causados pela insônia é de US$ 100 bilhões por ano, principalmente por causa de acidentes e perda de produtividade. Os índices de faltas ao trabalho das pessoas que sofrem de insônia é maior, 41,4% contra 29% em comparação aos que não sofrem do mal.
O que é a insônia
A insônia esta caracterizada como uma dificuldade em iniciar ou manter o sono e até mesmo a percepção de que este não foi reparador. A insônia muitas vezes pode estar relacionada a uma redução de horas necessárias para um sono satisfatório.
Os prejuízos causados pela insônia, que afetam a qualidade de vida das pessoas, têm sido classificado como um problema grave de saúde pública, especialmente agravado com o estilo de vida da atualidade.
Principais causas
A insônia pode estar relacionada a diversos fatores tais como, predisposição genética, fatores físicos, biológicos, mentais, psicológicos e sociais.
Alguns distúrbios pode ser agravantes para a insônia, como por exemplo a Síndrome da Apnéia, conhecida pela sigla SAHOS, a Síndrome das Penas Inquietas e Parassonias, estas síndromes estão relacionadas aos processos de ansiedade e agitação que impedem o relaxamento.
Outras condições podem também contribuir para a insônia, a depressão, Transtorno de Ansiedade, Fibromialgia, Dor Crônica, Distúrbios Hormonais, algumas medicações e substâncias, por exemplo os estimulantes, benzoadiazepínicos e bebidas alcoólicas.
Entretanto, grande parte dos estudos indicam que a insônia esta diretamente relacionada ao estilo de vida, esta condição é classificada como insônia psicofisiológica, na qual estão relacionados fatores como o aumento no nível de alerta e vigilância em consequência de um dia de muito estresse, mudança de trabalho, situações familiares e pessoais conflitantes, e até mesmo o sedentarismo e a má alimentação.
Identificando a insônia
A maioria dos pacientes que reclamam de dificuldades em dormir são classificados como portadores de insônia inicial, esta se caracteriza pela latência do sono, ou seja, acontece um aumento do tempo habitual que o indivíduo demora para iniciar o sono.
Na fase inicial do distúrbio da insônia, o paciente relata episódios freqüentes e mais intensos de despertar durante a noite.
O estágio mais grave e crônico da insônia é o que chamado de “insônia terminal”, neste estágio o indivíduo tem um despertar precoce, ou seja, acorda muito antes do horário que gostaria e não consegue mais voltar a dormir. Os pacientes neste estágio, relatam que mesmo tendo dormido as horas desejadas, possuem a sensação de não terem dormido e que as horas de sono não foram reparadoras.
A maioria dos pacientes com insônia acordam cansados, mal-humorados, sonolentos ou com a sensação de “atordoamento. Muitos destes, mesmo cansados e sonolentos, não conseguem dormir durante o dia e mesmo durante a noite.
Efeitos da insônia crônica
O sono é um processo fisiológico de repouso e de reparação do organismo, durante o sono o organismo renovar as energias e suas virtudes são incontáveis.
A insônia crônica quadruplica a probabilidade de problemas às relações simples do dia a dia. Quem dorme mal por conta da insônia, tem o triplo de dificuldade em concentrar-se, pois a privação do sono desregula as funções cerebrais, aumenta o stress, aumenta a probabilidade de doenças relacionadas ao coração.
Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos EUA, constatou que um dos segredos para a longevidade feminina pode ser simplesmente dormir em quantidade suficiente.
A diabetes é um dos principais males decorrentes das noites mal dormidas. Isso acontece porque a falta de sono inibe a produção de insulina (hormônio que retira o açúcar do sangue) pelo pâncreas, além de elevar a quantidade de cortisol, hormônio associada ao stress, que tem efeitos contrários aos da insulina, fazendo com que a taxa de glicose no sangue seja elevada.
A insônia é capaz ainda de levar a perdas cognitivas como por exemplo, a percepção, a atenção e a memória, além de prejudicar a capacidade de acumular conhecimento e provocar alterações de humor. Estas consequências são reais e fazem parte do quotidiano da população mundial, onde cerca de 90% das pessoas não dormem o suficiente.
Como tratar a insônia
Distúrbios do sono como a insônia, merecem atenção e cuidado, o ideal quando nos primeiros estágios da insônia é procurar um médico e um especialista. O tratamento contra a insônia na maioria dos casos pode ser simples. Na maioria das vezes, são prescritos remédios para controle dos fatores secundários como a ansiedade e também remédios para estimular o sono.
O tratamento da insônia crônica é mais complicado e consiste em um tratamento mais aprofundado.
Nestes casos o paciente deverá ser diagnosticado e tratado por médicos ou psicológicos que possam identificar as causas da insônia.
Nestes casos, o especialista, se necessário, poderá prescrever medicamentos para dormir, dando-se preferência àquelas que não causam dependência. Em geral, são prescritos na dose mínima e no menor período de tempo necessário. Para alguns desses remédios, a dose deve ser gradualmente diminuída, uma vez que uma parada abrupta poderia ocasionar a volta da insônia.
Tratamentos alternativos também podem ser indicados contra a insônia, técnicas de relaxamento, por exemplo, podem reduzir ou eliminar a tensão corporal e a ansiedade. Técnicas de respiração, yoga e meditação são capazes de aquietar a mente e relaxar os músculos. Geralmente é
preciso muita prática para aprender essas técnicas e alcançar o relaxamento efetivo, mas valem a pena começar.
A maioria das pessoas que sofrem de insônia, passam muito tempo na cama tentando sem sucesso dormir. Essas pessoas podem se beneficiar de um programa de restrição de sono que primeiramente permite apenas algumas horas de sono durante a noite. Gradualmente o tempo é aumentado até que seja alcançada uma noite normal de sono.
Uma outra indicação para o tratamento contra a insônia é recondicioná-las a associar a cama e o horário de dormir com o sono. Para a maioria das pessoas, isso significa não usar sua cama para nenhuma outra atividade além de sexo e dormir. Como parte do processo de recondicionamento, a pessoa é geralmente aconselhada a ir para a cama somente quando estiver com sono. Se não for capaz de dormir, a pessoa é orientada a levantar e só voltar para a cama quando estiver com sono. A pessoa também deve evitar sonecas. Eventualmente, o corpo será condicionado a associar a cama e horário de dormir com o sono.
A insônia é considerada um problema grave de saúde pública, com atenção inclusive na rede privada por meio das redes hospitalares ofertadas pelos planos de saúde.