Texto atualizado em 03/03/2020
A ostentação da produtividade, influenciada pela pressão por qualificação atualizada — exigida pelo mercado de trabalho — e o desejo de se destacar perante outros candidatos, aumenta a cada dia na vida de alguns profissionais. O que poucos enxergam é que essa busca intensiva por se manter competitivo está causando um efeito colateral chamado Síndrome de Burnout, uma das principais doenças do século 21.
Romantizada também nas redes sociais, a produtividade desregulada é exibida com a quantidade de trabalho, cursos e livros acumulados, e o tempo dedicado a tudo isso. Juntos, extrapolam a capacidade física e mental de suportar essa rotina. Nos bastidores, a sensação é de não dar conta de atingir a excelência profissional e a carreira de sucesso almejadas.
Esclarecemos, abaixo, o que sua empresa precisa saber sobre os sinais dessa doença, como evitar e tratar esse esgotamento profissional em seus funcionários. Continue lendo!
O que é Síndrome de Burnout e quais são seus principais sintomas?
Popularmente conhecida como síndrome do esgotamento profissional, a síndrome de burnout é um distúrbio emocional provocado pela sobrecarga ou excesso de trabalho, que gera no indivíduo a exaustão física e mental. Seu principal aspecto é o estado de tensão emocional elevada, proveniente de uma rotina de trabalho desgastante física, mental e psicologicamente.
Aparece, particularmente, em pessoas cujo trabalho ou profissão requer envolvimento interpessoal intenso. Os sintomas surgem aos poucos e tendem a agravar com o passar dos dias. Com esse aumento, a pessoa pensa que se trata de algo passageiro, mero estresse. Para saber distinguir se é um eventual cansaço ou essa síndrome, confira os principais sintomas:
- ansiedade;
- desânimo marcante;
- dificuldade de raciocinar e de se concentrar;
- irritabilidade, nervosismo, preocupação e insônia;
- falta de prazer com o trabalho;
- sentimentos de incapacidade ou inferioridade;
- incômodos físicos — dor de cabeça, pressão alta, transpiração, problemas gastrointestinais, dores musculares, alteração nos batimentos cardíacos etc.
Quais as causas e tratamentos adequados para a Síndrome de Burnout?
Além do excesso de trabalho, da pressão em torno das responsabilidades atribuídas e de sua autocobrança por excelência, a Síndrome de Burnout é causada também quando o funcionário recebe demandas muito difíceis, às quais ele sente que não será capaz o suficiente para cumprir. A consequência é a frustração por acreditar que o seu trabalho não é reconhecido, valorizado e recompensado adequadamente.
Os sintomas não identificados previamente podem prejudicar ainda mais a saúde e resultar em uma depressão profunda. É fundamental procurar apoio médico e psicológico, assim que forem notados, para ser indicado o melhor tratamento. Basicamente, ele é feito com psicoterapia, utilização de medicamentos (em alguns casos) e mudanças de hábitos no trabalho e na vida pessoal.
A psicoterapia ajuda a pessoa a refletir sobre suas atitudes, escolhas e estilo de vida, ou seja, a se autoconhecer para lidar com suas expectativas e com o mundo ao redor. A intervenção medicamentosa serve para curar os sintomas físicos e/ou mentais, reflexo da exaustão emocional.
Como evitar esse problema na sua empresa?
Antes de saber como evitar e tratar a síndrome, é preciso identificar, juntamente ao funcionário, se ele apresenta alguns desses comportamentos:
- exaustão emocional: a pessoa sente que não consegue mais ser capaz de dar o melhor de si, está sempre desesperançosa e com baixa autoestima;
- despersonalização: está relacionado com a perda de pertencimento e sensibilidade, que se integram a uma atitude negativa com o trabalho e com as relações;
- insatisfação pessoal: corresponde a uma tendência de o funcionário se colocar para baixo frequentemente, pois está sempre infeliz e insatisfeito com sua vida.
Constatada a predominância de alguns desses fatores, entenda que o primeiro passo para a prevenção é diminuir o estresse e a carga de trabalho do profissional e utilizar as estratégias a seguir.
Ofereça um Plano de Saúde
Ter uma boa qualidade de vida e bem-estar requerem o acompanhamento do estado de saúde. Por isso, é importante realizar um check-up médico completo periodicamente (mesmo não havendo sintomas evidentes).
Qualquer sensação incômoda que perdure por muitos dias deve ser analisada por um profissional de saúde para fazer o diagnóstico correto do quadro. A automedicação ou omissão dos sintomas são perigosos.
Oferecer um plano de saúde para os colaboradores é uma forma de incentivá-los a se prevenir de doenças e de dar suporte a eles quando elas se manifestarem. Além de se cuidar, eles poderão estender o benefício para seus dependentes e se despreocupar com a assistência geral de sua família.
Estimule o cuidado com a saúde
Ainda sobre o autocuidado, a empresa pode se antecipar aos indícios da Síndrome de Burnout na sua equipe, proporcionando a ela algumas condutas saudáveis que evitarão o desenvolvimento da doença, bem como ajudarão a tratar os sintomas logo no início.
Inclusão de aulas de ginástica laboral, yoga ou meditação, ”hora da fruta” — um intervalo pequeno para um lanche nutritivo, e programas de massagens relaxantes, são opções para implementar no ambiente de trabalho. Fora dele, é importante sugerir:
- descansar adequadamente;
- manter equilíbrio entre trabalho, família e lazer;
- praticar exercícios físicos, além de mudar hábitos de vida nocivos;
- ter um hobby ou fazer atividades que saiam da rotina diária;
- desabafar com alguém de confiança sobre o que está sentindo;
- evitar o contato com pessoas negativas que sempre reclamam de tudo;
- não consumir bebidas alcoólicas, drogas ou comida como aliviadores de estresse, pois só agrava a confusão mental;
- estabelecer pequenos objetivos na vida profissional e pessoal.
Disponibilize treinamentos periódicos
Treinamentos de reciclagem sobre os produtos e processos da empresa são imprescindíveis para os funcionários se manterem atualizados com o que acontece em todos os setores. Serve, também, para divulgar as melhorias implementadas e estratégias contingenciais que precisarão ser tomadas para dobrar a produção e, consequentemente, os resultados.
A falta de diálogo e cooperação entre as pessoas geram ruídos de comunicação, tarefas refeitas por incompletude de informações e conflitos desnecessários, que impactam a sua produtividade e a motivação. Em razão disso, a empresa pode interferir promovendo palestras sobre:
- organização pessoal e gestão de tempo;
- postura e imagem pessoal;
- técnicas de lazer e recreação;
- cuidados com a saúde psicológica.
A principal maneira de diagnosticar a Síndrome de Burnout é com a auto-observação do funcionário que tem seu envolvimento e realização no trabalho prejudicados por sintomas físicos, emocionais e psicológicas desgastantes, seguida da busca por atendimento médico. A empresa pode ajudar, observando se esses sinais afetam o seu bem-estar e a execução das tarefas, tomando medidas preventivas que contribuam para melhorar a qualidade de vida.
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