O título dessa matéria até que poderia ser mais um clichê, considerando que a prática de atividades físicas é uma recomendação de 10 entre 10 médicos e especialistas em saúde, entretanto, pesquisas revelam que a prática de exercícios vai muito além da saúde geral do corpo, representa também um motivador da inteligência humana.
Não é de hoje que se fala nos benefícios dos exercícios para a saúde. Além de promover bem estar e equilíbrio emocional, a prática regular de exercícios promove saúde e evita diversos males ao corpo.
Surpreendentemente uma pesquisa realizada pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, com mais de 1 milhão de jovens voluntários com idade entre 15 e 18 anos, revelou que os exercícios físicos aeróbicos estão associados a uma melhor cognição, ou seja, aumenta a capacidade do cérebro de processar informações e cruzá-las, dando respostas mais rápidas e eficientes a um estímulo.
Os testes foram feitos com base em condicionamento aferido por testes ergométricos. Aqueles que apresentaram melhores condições físicas se saíram melhor em testes de QI, principalmente nas áreas de compreensão e pensamento lógico.
Isso é um fato, e agora comprovado: Fazer exercício produz novos neurônios e aumenta a atividade cerebral. O cérebro passa a funcionar melhor e fica mais preparado para armazenar informações.
Os especialistas consideram que qualquer tipo de exercício faz bem para o sistema nervoso, porém, as atividades aeróbicas como, correr, caminhar, andar de bicicleta, nadar, são as mais eficientes. Elas aumentam o fluxo de sangue para o cérebro e a produção
das substâncias químicas que regulam o sistema neurotransmissor. A história de que paramos de produzir células do sistema nervoso logo na infância é um mito. As atividades aeróbicas não apenas tornam os neurônios mais capazes de fazer conexões, mas também produzem novas conexões.
As pesquisam em torno da inteligência humana e as conexões neurais, ganharam força a partir dos anos 80. Datam dessa mesma época as primeiras observações científicas concretas demonstrando que as tarefas cognitivas poderiam ser sensíveis à capacidade aeróbica do indivíduo.
Inteligência funcional
A grande pergunta é: será que os exercícios físicos nos tornam mais inteligentes? A resposta a essa pergunta já é conhecida, sim, os exercícios nos tornam mais inteligentes. Portanto é preciso compreender que o processo de inteligência não consiste no aspecto puramente intelectual, mas numa condição funcional, ou seja, inteligência funcional.
A inteligência funcional é a capacidade e a possibilidade de se adequar com agilidade física e flexibilidade mental e emocional às situações que a vida nos apresenta, ou seja, o processo vai muito além de pura inteligência intelectual.
Pesquisas indicam que estudantes que praticam atividade física obtêm melhores resultados em provas e testes. Podemos afirmar então que uma boa circulação sanguínea e uma maior oxigenação do sangue garantem um melhor desempenho cerebral.
Outras pesquisas revelaram ainda que pessoas que sofreram acidentes cerebrais apresentaram bons resultados quando estimulados a praticar exercícios físicos regulares. Nestes casos a pratica das atividades permitiu, em certos casos, que o cérebro encontrasse novas vias neurais para substituir as que foram danificadas.
Entenda como seus neurônios trabalham enquanto você malha.
1) No primeiro estágio, denominado de ação, a atividade aeróbica eleva a circulação sanguínea no cérebro e a comunicação entre os neurônios. Essa elevação estimula a produção de novos neurotransmissores como a chamada proteína BDNF
2) No Segundo estágio, a proteína BDNF inicia uma recuperação nos neurônios danificados e o crescimento de novos dentritos, que são as extensões dos neurônios e que são responsáveis pela comunicação entre as células do sistema nervoso.
3) Neste estágio, dentro do hipocampo, as proteínas BDNF atuam sobre as células-tronco armazenando-as. A partir daí elas se desenvolvem em centenas e milhares de novos neurônios, que seguem para outras áreas do cérebro, melhorando o seu funcionamento.