Você sabe o que é?
Sentir-se sobrecarregado com o dia a dia de trabalho faz parte da realidade de muitos trabalhadores. Porém, quando essa sensação de cansaço e estresse se tornam rotina, o sinal de alerta deve ser ligado. O motivo? Essas são características da Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional ou apenas Burnout.
Apesar de ser um termo incomum até alguns anos, a pandemia fez que o assunto ganhasse mais relevância. Tanto que a partir de 1° de janeiro de 2022 a Síndrome de Burnout passou a ser considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma doença do trabalho. Mas para entender melhor o que isso significa na prática, precisamos entender melhor o que é o Burnout.
Afinal, o que é Síndrome de Burnout?
Citada pela primeira vez por médicos ainda na década de 70, a Síndrome de Burnout foi inicialmente descrita pelo psicólogo norte-americando Herbert J. Freudenberger. Tudo começou quando ele acompanhou um grupo de colegas com esgotamento profissional.
Caracterizada pelo desgaste físico e emocional, a Síndrome de Burnout é mais comum entre profissionais com vidas muito atribuladas ou com jornadas duplas, por exemplo. Vale dizer que segundo pesquisas da Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), realizada em 2019, cerca de 33 milhões de brasileiros tinham sido diagnosticados com a síndrome, mostrando que a mesma precisa de atenção.
Exemplo disso é que, no início do ano, a síndrome passou a fazer parte do grupo 5 da CID-10 (Classificação Estatística e Internacional de Doença e Problemas Relacionados à Saúde), sendo considerada uma doença de trabalho, e não mais doença ocupacional.
Isso significa que agora a Síndrome de Burnout é oficialmente um “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, deixando de ser considerado apenas um problema de saúde ou caso psiquiátrico.
Nesse novo cenário, a empresa se torna responsável pelos funcionários que apresentarem a síndrome, e com isso podem ter outras implicações como oferecer auxílio-doença por acidente de trabalho, estabilidade de trabalho com garantia de emprego e até mesmo indenizações.
Quais são os sintomas da Síndrome de Burnourt?
Uma pessoa que sofre da Síndrome de Burnout normalmente perde a vontade de sair da cama ou de casa para o trabalho de forma constante. Também é comum que apresente características emocionais como nervosismo e sofrimentos psicológicos no ambiente de trabalho ou decorrente de suas atividades profissionais. Além disso, pode apresentar sintomas físicos, como problemas gastrointestinais, tonturas e cansaço excessivos.
De forma mais geral, podemos listar algumas outras manifestações comuns que podem indicar a Síndrome de Burnout: dor de cabeça frequente; alterações no apetite; insônia; dificuldades de concentração; sentimentos de fracasso e insegurança; negatividade constante; sentimentos de derrota e desesperança; sentimentos de incompetência; alterações repentinas de humor; tendência ao isolamento; fadiga; pressão alta; dores musculares; e alteração nos batimentos cardíacos.
Elas não ocorrem necessariamente ao mesmo tempo e nem de forma abrupta. Na verdade, costumam se apresentar de forma leve e espaçada, tendendo a aumentar a frequência e, em muitos casos, passando a serem diárias. O mais indicado é que aos primeiros sinais, um profissional seja consultado para entender se é apenas algo passageiro ou o início de um quadro de Síndrome de Burnout.
Burnout na pandemia
Após quase dois anos de pandemia da COVID-19, podemos afirmar que esse cenário, por si só, já causa muita ansiedade e estresse. Assim, aumentam as chances de a pressão profissional evoluir para um quadro de Síndrome de Burnout, uma vez que os espaços pessoal e profissional acabam se sobrecarregando no contexto de home office.
A melhor forma de evitar casos de Burnout é procurar ajuda médica a partir da primeira suspeita e buscar entender o que está acontecendo com você.
Quais médicos procurar para diagnóstico da Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout tem diagnóstico realizado após uma análise clínica do paciente. Os profissionais indicados para esses casos são os psiquiatras e psicólogos, pois eles são capazes de identificar o quadro e orientar a melhor forma do tratamento para cada caso.
É necessário falar sobre a importância de buscar ajuda ao sinal dos primeiros sintomas de forma constante, para evitar a evolução do quadro. Nem sempre todos os sintomas são manifestados, por isso a consulta de um profissional é tão importante.
A ajuda pode ser encontrada tanto na rede privada quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece de forma integral e gratuita todo o tratamento para a Síndrome de Burnout.
E o tratamento, como funciona?
O melhor tratamento será aquele indicado por um profissional qualificado, por isso é importante o acompanhamento médico. O especialista será responsável por identificar o nível do Burnout e, então, escolher a melhor forma de combater o problema.
O tratamento usualmente conta com atividades que agreguem calma e alívio pro seu cotidiano do paciente. Em casos mais graves, remédios também podem fazer parte do tratamento.
Como prevenir a Síndrome de Burnout?
O ambiente de trabalho diz muito sobre os motivos que levam à Síndrome de Burnout. Por esse motivo ações do trabalhador e da empresa podem prevenir novos casos, criando estratégias para diminuir a pressão e estresse do profissional.
Da parte das empresas, algumas ações podem fazer diferença nessa prevenção, como avaliações constantes de desempenho e acompanhamento do comportamento e bem-estar dos funcionários por parte dos gestores. Entender o motivo de possíveis quedas de rendimento e oferecer ajuda é uma ótima forma de prevenção.
Já os colaboradores podem prevenir a Síndrome de Burnout de algumas maneiras, entre elas:
- Definir objetivos profissionais e pessoais;
- Participar de atividades de lazer com amigos e familiares;
- Fugir da rotina diária em seu tempo livre;
- Evitar contato com pessoas negativas;
- Conversar com amigos sobre o que se está sentindo;
- Fazer atividades físicas regulares, de acordo com a preferência;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Evitar o uso de tabaco ou outras drogas para manter a mente mais clara;
- Não tomar remédios sem prescrição médica.
E os empregadores?
Se você é empregador, especialmente neste período pós-pandemia que se inicia, busque observar sua equipe. Ter uma área de Recursos Humanos bem preparada e atentar para as seguintes ações pode fazer muita diferença:
- Conhecer, respeitar e incentivar os horários de descanso previstos na CLT;
- Estimular e proporcionar momentos de lazer fora do ambiente de trabalho;
- Oferecer plano de saúde;
- Facilitar o acesso a acompanhamento psicológico.
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