O perigo em roer unhas
Onicofagia é o nome dado ao comportamento crônico e descontrolado de roer unhas e cutículas com os dentes.
Cada vez mais pesquisadores e especialistas em saúde mental tem reservado mais atenção ao problema.
De acordo com um levantamento publicado recentemente na revista especializada Acta Dermato, indicou que o hábito de roer unhas é um distúrbio emocional de causas variadas e ligado a problemas como ansiedade.
É bom saber que a onicofagia esta descrita no item F98.8 da Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde — 10ª Revisão (CID-10).
A descrição qualifica o hábito como um distúrbio emocional, ao lado de outras práticas, como masturbação excessiva, chupar o dedo e cutucar o nariz compulsivamente.
Entretanto, os critérios de diagnóstico não são bem descritos para esse grupo de doenças.
Roer unhas pode causar anormalidades nos dentes
A onicofagia pode iniciar durante a infância ou início da adolescência e pelo menos metade dos indivíduos em idade escolar apresenta o distúrbio.
Para muita gente, trata-se de uma compulsão mais difícil de superar que o tabagismo.
Mesmo assim, ela costuma ser ignorada por pacientes e médicos, que ainda consideram o hábito inofensivo, com consequências meramente estéticas, o que não é correto.
Estudos indicam ainda que roer unhas de maneira crônica pode causar anormalidades nos dentes, tais como recessão gengival, infecções da pele ao redor das unhas, podendo inclusive sofrer um encurtamento irreversível.
A onicofagia está muito alinhada a compulsão e pode conduzir à destruição das unhas.
Alguns indivíduos relatam prazer e relaxamento, e algumas observações sugerem comorbidades (males associados), como o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) ou os transtornos de ansiedade.
As causas ainda são desconhecidas.
Você tem o hábito de roer unhas?
O que se descobriu até agora, é que, para muita gente, o ato é automático, especialmente quando a pessoa está envolvida em uma atividade imersiva, como ver televisão ou ler um livro.
Por outro lado, há indivíduos que roem unhas de maneira intencional.
Especialistas apontam ainda que roer unhas de forma crônica provoca microtraumas nos dedos.
Estas lesões possibilitam a entrada de bactérias, resultando na paniculite, uma inflamação da pele na região mordida.
Com o tempo, as unhas passam a crescer com defeito e ficam permanentemente distróficas.
As observações clinicas em consultório revelam que há muita ansiedade por trás, inclusive em crianças.
Quanto mais cedo esse hábito for tratado, mais chances há de superação.
Para o patologista clínico Izidro Bendet, do Laboratório Exame, existe um mal invisível, pois muita sujeira se concentra nas mãos.
Passageiros de transporte público que roem unha, carregam todas as bactérias encontradas nos veículos coletivos, aumentando a possibilidade de infecções.
Geralmente, esses micro-organismos não causam doenças.
Mas podem ocasionar problemas respiratórios e gastrointestinais, como diarreia e gripes, pois a mão contaminada tem contato direto com boca.
É preciso buscar ajuda, pois as consequências comprometem a qualidade de vida.
As pessoas ficam infelizes e cada vez mais ansiosas ao tentarem parar com o comportamento compulsivo.
Um outro fator a ser considerado é a frustração provocada na pessoa, vergonha e medo de ser considerada fraca.
A sugestão é procurar saber mais sobre a ansiedade, as causas e as consequências.
A psicoterapia é a melhor ferramenta.
Segundo especialistas, e os remédios devem ser utilizados em último caso.
Outras coisas também podem ajudar a lidar com a ansiedade, como praticar esportes ou artes.
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