Organizações mundiais alertam: “Não estamos ficando doentes, estamos sendo envenenados”.
Uma divulgação feita na semana passada pelo Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva a Organização Mundial de Saúde, o Royal College de Obstetras e Ginecologistas da Grã-Bretanha, alerta sobre as substâncias químicas e tóxicas presentes em produtos e alimentos que consumimos diariamente.
Estas substâncias utilizadas neste produtos e em muitos alimentos, não são devidamente regulamentadas, afirmam os alertas. Muitos deles estão ligadas ao surgimento do câncer de mama e próstata, deformidades genitais, obesidade, diabetes e infertilidade.
Um comunicado feito no mês passado pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia. Advertiu que a ampla e constante exposição a produtos químicos tóxicos ambientais ameaçam a reprodução humana saudável.
Estes avisos e alertas são um lembrete de que a indústria química herdou o manto e a postura omissa da indústria do tabaco.
Minimizando os indicadores feitos pela ciência e resistindo a tomada imediata de regulação de maneira a minimizar e evitar danos devastadores para todos os seus consumidores.
Nos anos 50, pesquisadores, cientistas e comunidade médica sinalizavam os efeitos do consumo de cigarros, especialmente relacionado aos altos índices de câncer.
Entretanto, as empresas, instituições e especialmente o poder público não se dava conta do alerta e demorou a dar uma resposta. Hoje, o mesmo acontece em relação aos produtos químicos tóxicos utilizado na fabricação de produtos e alimentos.
Por exemplo, o principal foco da Federação Ginecológica é sobre os produtos químicos que imitam os hormônios sexuais e muitas vezes confundem o corpo.
Estes produtos, considerados desreguladores endócrinos estão presentes em pesticidas, plásticos, cosméticos, xampus e recibos bancários, alimentos e inúmeros outros produtos.
Gravidez e Lactação
Afirma ainda o alerta, que é constante a exposição a produtos químicos tóxicos durante a gravidez e a lactação. Destaca ainda que as mulheres grávidas em todos nos Estados Unidos tem pelo menos 43 contaminantes químicos diferentes em seu corpo.
Um outro relatório recente do Instituto Nacional do Câncer mostra uma quantidade preocupantes de bebês que nascem contaminados com estas substâncias
O alerta sinaliza condições associadas à exposição precoce aos desreguladores endócrinos, indicando o surgimento de casos crescentes de hipospadia. Uma disfunção em que as crianças nascem com uma abertura uretral no lado do pênis.
A Endocrine Society, a Associação Internacional de Médicos e Cientistas que trabalham com o sistema hormona, também emitiram o seguinte alerta publicado dentre 150 páginas: “Novas evidências ligam distúrbios endócrinos a exposição de químicos, e estão entre as maiores ameaças à saúde pública enfrentados pela sociedade – DIABETES E OBESIDADE”.
A Associação divulgou ainda que há evidências crescentes de que os produtos tóxicos geram a infertilidade, câncer de próstata, testicular, da mama, uterino, do ovário e problemas neurológicos.
Às vezes, esses problemas surgem aparentemente em adultos por causa de exposições décadas anteriores em fases fetais.
O relatório da Associação destaca que dos 80.000 ou mais produtos químicos em produção hoje no comércio mundial, apenas uma pequena parte foi analisado de forma rigorosa para a segurança.
Mesmo quando uma substância foi removida por razões de saúde, o produto de substituição pode ser tão ruim quanto antes.
Os estudos em animais, in vitro e estudos em humanos testes iniciais mostram que os produtos químicos causam efeitos adversos.
Por outro lado, a indústria química defende seus produtos e afirma que os estudos não são conclusivos, e pedem para ser exibido com a evidência humana.
A evidência humana já está em prática há anos e indicam na prática que as pessoas estão ficando doentes e morrerão em razão disso. “Nós não devemos ter que usar o público como cobaias”.
A Europa está se movendo para testar produtos químicos antes de entrar no mercado, mas nos Estados Unidos é muito lento por causa do poder do lobby químico.
A legislação de segurança química depende do Senado que exigiria a EPA para iniciar uma avaliação da segurança de produtos químicos apenas 25 nos primeiros cinco anos – e legislação da Câmara não é muito melhor.
“Há quase infinita o paralelismo com a indústria do cigarro”, diz Andrea Gore, professor de farmacologia na Universidade do Texas em Austin e editor da revista Endocrinology.
O Lobby da indústria química lançou o equivalente a U$D 121.000 para cada membro do Congresso no ano passado. Por isso esperam que as empresas químicas ganhem muito dinheiro, enquanto que mais meninos nascem com hipospádia e mais mulheres morrem desnecessariamente de câncer de mama.
No Brasil
Ainda não existe nenhum estudo ou intervenção sobre os produtos químicos utilizados na agroindústria e na criação de animais.
Enquanto isso o uso é indiscriminado e não há uma regulação clara quanto a utilização destes produtos e de que forma eles são fiscalizados
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