A vida moderna e a busca pela concorrência igualitária no mercado de trabalho e nas relações sociais trouxeram luz para um dos males normalmente associado aos homens, o infarto. Os dados mostram que nos últimos anos, as mulheres e os jovens tornaram-se alvos dos problemas cardiovasculares.

O infarto acontece quando parte do músculo cardíaco morreu por falta de oxigênio. A nutrição do músculo é feita pelas artérias coronárias, que levam sangue e nutrientes até o coração. Se uma artéria dessas “entupir”, que ocorre quando uma placa de gordura perto da parede interna do vaso rompe, o fluxo de sangue é interrompido e aquela área entra em sofrimento (causando dor) e se esse fluxo não for reestabelecido a tempo, o tecido morre.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço de todas as mortes no mundo, o equivalente a 8,5 milhões de mortes por ano. A cada novos casos diagnosticados cinco são mulheres, isso representa um número cinco vezes maior em relação às últimas décadas.

Uma outra estatística indica que o número de mulheres internadas por infarto no estado de São Paulo aumentou 34% nos últimos quatro anos. No ano de 2012, foram 8.570 internações nos hospitais públicos, contra 6.395 em 2008. Em média, sete mulheres que sofrem infarto são atendidas por hora em hospitais do SUS Paulista.

Os motivos são variados, mas esta diretamente relacionado a nova postura assumida pelas mulheres frente a vida social, fatores principais são: níveis de estresse elevado e vida sedentária. Cada vez mais as mulheres assumem o papel de chefe de família, com acumulo de atividades, trabalham, estudam, cuidam da casa e dos filhos. Esse acúmulo de atividades desencadeia hábitos não muito saudáveis, como se alimentar de forma errada, consumir bebida alcoólica e cigarros, além de deixar de lado as atividades físicas.

Todos estes aspectos, somados com a chegada da menopausa, que modifica a proteção natural das mulheres, representa um agravante as cardiopatias.

MAL SILENCIOSO

O infarto nas mulheres tem algumas particularidades, especialmente por questões anatômicas. O coração delas é menor, as artérias coronárias são mais estreitas e a freqüência cardíaca de repouso maior, ou seja, o coração é mais acelerado.
Estas condições por si só não representam grandes problemas, mas é importante estar alerta, pois o diâmetro dos vasos pode favorecer o acúmulo de gorduras no futuro. Tal condição pode interferir, por exemplo numa cirurgia de revascularização dos vasos ou no caso uma implantação de stents.
Vale considerar ainda que, a doença coronariana aparece na mulher 10 anos mais tarde que nos homens, ou seja, elas costumam enfartar por volta dos 50 anos de idade, após a menopausa, que coincide coma perda de estrogênio, um protetor natural do coração.

PRINCIPAIS SINTOMAS

Nas mulheres o infarto tende a se manifestar de maneiras diferentes, fadiga intensa e dor na boca do estômago, os sintomas podem surgir sem qualquer esforço físico ou trauma emocional, inclusive estando em repouso. Os principais sintomas são:
– Forte indigestão, como se algo estivesse na garganta
– Forte dos nas costas
– Dor no queixo
– Dificuldade de respirar

PRINCIPAIS CAUSAS

O estresse e a vida sedentária caracteriza hoje uma das grandes causas para o infarto em mulheres. O que decorre da vida moderna e do acúmulo de funções e atividades domésticas.
Um outro fato determinante refere-se às mudança na distribuição de gordura corpórea. Começa a existir acúmulo de gordura na região do abdômen, o que contribui para o aparecimento e desenvolvimento de placas de gordura que obstruem a passagem do sangue, além de outros fatores, como por exemplo:

– Estilo de vida sedentário
– Consumo de alimentos ricos em açúcar e gordura
– Tomar pílula anticoncepcional
– Estresse constante
– Ter complicações na gravidez, como eclampsia, por exemplo.